Jovens trocam Brasil pela Rússia a fim de estudar medicina


      O fim da União Soviética alterou radicalmente o perfil dos estudantes brasileiros na Rússia. De militantes comunistas com bolsas estatais, passou para jovens de classe média atraídos pelos baixos valores dos cursos de medicina ministrados em inglês.
O fenômeno é crescente e ocorre principalmente na Universidade Estatal Médica de Kursk (500 km de Moscou) --onde o consulado brasileiro identificou 150 estudantes.
Há ainda brasileiros em Belgorod, na fronteira com a Ucrânia, em Rostov-on-Don e em São Petersburgo, além de Moscou. São, em geral, universidades estatais que hoje dependem da mensalidade de estudantes estrangeiros para se sustentar.
No consulado em Moscou, estão registrados 170 alunos de medicina no país, mas o número é maior, pois muitos não vão à representação.
Em Kursk, o aluno brasileiro paga R$ 3.400 por semestre no curso de medicina e R$ 720 pelo alojamento.
      Já em faculdades privadas de medicina de São Paulo e do Rio de Janeiro, cada semestre custa mais de R$ 22 mil. O curso de medicina nos dois países dura seis anos.
Há quase um ano em Kursk, o estudante de medicina Marcelo Ricci, 22, diz que a universidade é bem estruturada e tem professores de alto nível. As aulas são em inglês, mas aprender russo é obrigatório.
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      Na capital russa, há brasileiros na Universidade da Amizade dos Povos, que na era soviética recebeu centenas de estudantes do Brasil ligados ao Partido Comunista, como João Prestes, filho do líder histórico de esquerda Luís Carlos Prestes.
Thiago Freire, 20, estuda medicina lá e diz que a universidade vale a pena pela alta qualidade do ensino.

FABIANO MAISONNAVE
ENVIADO ESPECIAL A MOSCOU

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